Brasil Brau registra recorde de público*

A 11ª Feira Internacional de Tecnologia em Cerveja, Brasil Brau 2011, realizada de 5 a 7 de julho no Transamerica Expo Center, em São Paulo, registrou público recorde de 5 mil visitantes. Bienal, o evento fará sua próxima edição de 25 a 27 de junho de 2013 prevendo um crescimento de 30%. Nada menos que 90% dos expositores já confirmaram participação. O público foi conferir as novidades apresentadas numa área de 5 mil metros quadrados pelos 100 expositores de equipamentos, insumos e acessórios para o setor e provar os lançamentos das 30 microcervejarias que participam do espaço Degusta Beer, antes restrito aos profissionais do ramo e pela primeira vez aberto aos amantes de cervejas especiais.


Sabores exóticos como de bacuri, castanha do Pará torrada, doce de leite, jabuticaba, erva doce, rapadura e mel permitiram que os visitantes conhecessem um pouco mais das inúmeras possibilidades sensoriais da bebida. Palestras sobre gastronomia e coquetelaria, como a de Vinícius Cassarotti, sommelier de cerveja e docente do Senac-Taubaté, foram compartilhadas pela plateia, que experimentou propostas ousadas e convencionais de harmonização, como a tradicional combinação de chocolate meio amargo com cerveja Stout, escura e levemente adocicada.

O auditório de 200 lugares reservado ao XII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia Cervejeira, que aconteceu simultaneamente à Brasil Brau, lotou todas as manhãs. Com o apoio inédito da Danisco, empresa dinamarquesa com grande destaque no mercado de alimentos, o congresso reuniu profissionais de renome, atuantes no mercado nacional e internacional, para a apresentação de palestras e mesas redondas com novas técnicas e soluções para diversas aplicações do processo produtivo da cerveja.

Duas palestras do primeiro dia, voltado para Tecnologia, versaram sobre sustentabilidade: do holandês Jeroen van Roon e do alemão Roland Folz. O primeiro falou sobre as vantagens do suplemento de enzimas, Brewers Compass, da Danisco. Ao analisar a economia de água, que representa 90% na produção de cerveja, Folz lembrou que as grandes cervejarias mundiais, como Inbev, SABMiller, Heineken e Carlsberg têm como meta para 2012 economizar 20% do bem natural.

Responsável pela introdução da cultura cervejeira na Itália, mais especificamente no Piemonte, berço do Barolo, mais conceituado vinho italiano, Teo Musso foi um dos cases do congresso, que também reuniu vários microcervejeiros para contarem suas histórias. Mais de dez anos se passaram desde a criação da Baladin e hoje o precursor pode comemorar a adesão de mais de 400 produtores de cerveja especial em toda a Itália. Em sua palestra, Teo Musso falou ainda de seus empreendimentos em Nova York, Roma e no Marrocos.

O setor de equipamentos também oferecia opções para quem quer se iniciar na arte de preparar uma cerveja. Entre eles, o Tri Block 2,5 hl, conjunto de "brassagem", a cozinha da cerveja: três enormes panelas - conjunto que produz 250 litros por processo - onde são cozidos os ingredientes até reduzirem e virarem mosto. O lançamento é direcionado aos microcervejeiros, "que não param de se multiplicar", como observa Reynaldo Fogagnolli, diretor da Egisa, empresa de Bento Gonçalves responsável pelo novo produto.

Entre as empresas que oferecem soluções de sustentabilidade se destaca a Radical Waters, da África do Sul. Líder global na tecnologia de Água Ativada Eletro-Quimicamente (ECA), o grupo já instalou seu sistema patenteado em 21 países nas Américas, Europa, África, Ásia e Austrália. A empresa utiliza desinfetantes e detergentes verdes, não tóxicos, que proporcionam economia de água para as indústrias de bebidas e alimentos.



MICROCERVEJARIAS COMEMORAM SUCESSO DO DESGUSTA BEER


No Degusta Beer, espaço pela primeira vez aberto ao público, os expositores estavam cheios de motivos para comemorar. Para a maioria, a multiplicação de visitantes superou todas as expectativas. Foi uma grande oportunidade de projeção para as marcas e ampliação de contatos. As 30 microcervejarias participantes foram visitadas por gente de todo o país e do exterior, como a pequena Rofer, de Itupeva (SP), de apenas três anos e produção mensal de 4,5 mil litros/mês. "Ganhamos visibilidade", festeja o proprietário, Ernesto Tonante.

Em sua primeira participação na feira, a novata Dortmund, de Serra Negra (SP), sentiu ter acertado na estratégia de lançar a marca no evento. "Fomos procurados por muita gente de todo o Brasil. Recebemos uma maioria de potenciais clientes de São Paulo, além de visitantes do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Distrito Federal. Até então, quase ninguém tinha ouvido falar na Dortmund", comemorou o proprietário, Marcel Longo. "Recebemos pelo menos 10 interessados em representar a marca", contabilizou Longo, cujo diferencial é maturar as cervejas por quatro meses.

Outro que ficou satisfeito com a participação na feira foi Alison Scapini, da Cervejaria Basement, que conseguiu dar grande visibilidade à Califórnia Golden Ale, primeira cerveja da marca, de Videira (SC), lançada na feira. "Estamos felizes e otimistas pelos resultados alcançados com a nossa participação na Brasil Brau. A expectativa de novos negócios é bem promissora, sobretudo com nosso lançamento", avaliou.

"Muito melhor do que eu imaginava", foi a impressão do príncipe Francisco de Orleans e Bragança, em sua primeira participação na Brasil Brau. "Achei bolachas, copos, filtros, baldes e até estação de tratamento de esgotos", comemorou. Trineto do imperador Pedro II e neto de Elizabeth Dobrzensky, que fabricava cerveja na antiga Thcecoslováquia, Francisco faz a Cerveja Imperial há 13 anos em sua fábrica no Vale do Cuiabá, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.

A primeira participação na feira da Dama Bier, de Piracicaba (SP), promete render frutos. Um termômetro foi o lançamento da Stout pela marca de apenas um ano e meio de existência, com produção mensal de 80 mil litros. "Preferimos lançar aqui na feira para aferir a opinião de blogueiros e formadores de opinião. Pelo que vi, as ideias iniciais poderão ser mantidas", constatou o gerente de marketing, Renato Bazzo, que fez mais de 500 contatos nos dois primeiros dias de evento. O consumo médio diário no estande foi de 200 litros/dia.

A Falke Bier, de Belo Horizonte, pioneira no evento e uma das estrelas da Brasil Brau com o lançamento da Vivre por Vivre, cerveja de jabuticaba envasada como espumante, tinha um dos estandes mais movimentados da feira. Segundo o proprietário, Marco Falcone, os bons resultados do evento são "líquidos e certos". Em sua quarta participação na Brasil Brau, Falcone observou não apenas um extraordinário crescimento do público, "muito maior que o esperado", como a presença maciça de especialistas e formadores de opinião que reforçam o institucional da marca.

Na Colorado, de Ribeirão Preto, em sua terceira edição na Brasil Brau, o movimento também era incessante. "No começo achei que estávamos isolados, localizados no fundo da feira. Depois constatei que foi aqui que a feira acabou bombando", comentou a gerente de marketing, Bia Amorim. A possibilidade de relacionamento direto com os clientes permitiu aferir a opinião do público sobre a Grão Pará - lançamento da cervejaria feito com castanha do Pará tostada. "A reação do público e dos especialistas foi muito boa", disse.

De Belém para o Brasil. Esse foi o significado da primeira participação da Amazon Bier na Brasil Brau. "Me sinto muito feliz, a feira está superando nossas expectativas", vibrou o proprietário, Arlindo Guimarães. Até então, a cervejaria, com 11 anos de existência, limitava-se a comercializar chope no bar homônimo em Belém do Pará. A partir de agosto, cervejas engarrafadas passarão a ser vendidas em São Paulo e, possivelmente, em estados conquistados na feira, como Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo e Distrito Federal.

A gaúcha Abadessa, em sua segunda edição na Brasil Brau, festejou a visibilidade proporcionada pela abertura do Degusta Beer ao público em geral. Pequena empresa familiar que produz 12 mil litros/mês, a marca lançou na feira a Emigrator Doppelbock, uma Bock mais encorpada, com 7,2% de teor alcoólico. "Recebemos muitas prospecções do Brasil inteiro, sobretudo da capital de São Paulo, do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul, Bahia, Brasília e Fortaleza", disse o distribuidor Fábio Tozzi. "Se as propostas feitas no primeiro e segundo dia se concretizarem, vamos aumentar em 50% nossa carteira de clientes", avaliou.

A Bamberg, de Votorantim (SP), com cinco anos de existência e produção de 40 mil litros mensais, também sentiu o crescimento da feira, em sua terceira participação. "Recebi gente do Brasil inteiro, europeus, americanos e sul-americanos. Como já ganhamos prêmios no exterior é uma tendência que também passemos a exportar nosso produto", pondera o proprietário, Alexandre Bazzo. A microcervejaria lançou a Weizenbock Helles, cerveja clara, de trigo, com 8% de teor alcoólico. "A aceitação tem sido excelente. Todo mundo está comentando", comemorou.
 
* matéria produzida pela Mediação, assessoria de imprensa da Brasil Brau

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